27 de março de 2010


quando me sento a ver a roupa caída
de corpo dado ao vento
estou no quintal da minha avó

naquele quintal onde havia prédios altos
de varandas de cabelos brancos
de tábuas mastigadas a separar-nos dos vizinhos

naquele quintal onde o sol chegava de manhã
almoçava e ia para a praia

e me deixava perdida na roupa da corda
do ar
das nuvens


quando a minha avó tirava a roupa do vento
eu vestia as manhãs de primavera



3 comentários:

patricia disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
patricia disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
patricia disse...

debati-me com a escrita deste poema

escrevi apaguei reescrevi acrescentei reduzi-o a dois versos para acordar no dia seguinte e sentir que os que estavam antes tinham de contar a história....

ainda não consigo dizer muito em poucas palavras

tenho sempre de me estender na corda dos nós com que elas me atam