22 de setembro de 2010

todos os dias
se escrevem tantas cartas dentro de mim
.
mas perdem-se os rascunhos
nas imensas palavras
que correm nas minhas veias
.
nunca chegam a semear-se
e caem
já frutos maduros
.
a largar aroma em suco doce
.
..................................................................que se entranha lentamente
..................................................................na minha pele

12 de setembro de 2010


deitei-me no chão e deixei os olhos abertos
colados às ervas

para veres finalmente o que eu vejo

cantei baixinho o teu nome
em todas as línguas do mundo
chamei-te em surdina
na língua da minha terra

esperei todo o dia por esta luz
mas só vieram as flores

que continuam a ouvir a canção do teu nome
da boca da terra